Lockdown

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Finalmente o bom senso chegou ao representante do comércio itaunense, o empresário e presidente da CDL Itaúna, Maurício Nazaré. Até a notícia veiculada pela Folha do Povo na manhã deste sábado, da defesa de Nazaré ao lockdown, acreditávamos que os representantes do comércio em geral de Itaúna, depois de reuniram-se esta semana por vídeo-conferência com o secretário interino de Estado do Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio de Avelar, o prefeito Neider Moreira, o secretário de Saúde, Fernando Meira e outros, não entendiam por que do fechamento de lojas e outros comércios nas ondas vermelha e roxa.

O argumento do presidente da CDL, Maurício Nazaré nesta reunião para pedir a reabertura era que apenas 1% dos itaunenses que até hoje foram contaminados pelo novo coronavírus trabalham na atividade comercial, querendo provar que não é dentro de estabelecimentos comerciais que existe a propagação do vírus. Este mesmo argumento, além da necessidade de buscar o sustento, é visto nas redes sociais.

Mas, em nenhum momento o comércio foi apontado como ponto de contágio, mesmo sendo do conhecimento de todo mundo que em muitos deles faze-se vistas grossas para o cliente com a máscara mal colocada ou até mesmo sem ela. Toda vez que falamos aqui sobre regras não obedecidas falamos de supermercado que não higieniza carrinho de compras, mas parece que ninguém se importa com isto e não fiscaliza.

Mas voltando à CDL, o que o Maurício Nazaré precisava mesmo era de um choque para saber e levar aos seus representados é que o comércio aberto leva a pessoas às ruas e é isto que queremos evitar. Queremos que todos fiquem em casa e só saiam por extrema necessidade. Uma loja aberta é sempre uma desculpa para um passeio para ver uma roupa, um artigo qualquer, mesmo que a pessoa não vá comprar. Muitas vezes estas pessoas vão ao comércio usando o transporte coletivo, andam para lá e para cá nas ruas, colocam as mãos em todos os lugares, não respeitam distanciamento e nas ruas, na maioria das vezes, a máscara fica dentro do bolso ou da bolsa.

O que a onda roxa pretende é tirar das pessoas o incentivo para que saiam de casa.

E, mais uma vez, lembramos que tem trabalhador há um ano sem emprego, batalhando para pagar as contas porque foram os maiores sacrificados na pandemia. E é de sacrifício, grande, muito grande, que todos nós precisamos, inclusive mais um pouco dos comerciantes e empresários.

Com esta nova realidade de fechamento imediato da cidade em todo o comércio e serviços, é possível que Itaúna consiga diminuir o número de pessoas doentes e de mortes.

Atitude sensata do Maurício Nazaré, mas é sempre bom lembrar que ele não teria muita escolha a não ser apoiar se os prefeitos da região resolverem fechar tudo e esta reunião já estava em curso. Com ou sem seu apoio, o lockdown seria proposto e passaria pela aprovação dos prefeitos. Agora Nazaré faz parecer que tudo só aconteceu a partir do seu apoio ao fechamento.

Seja o motivo que for, seja o que tiver por detrás de intenções segundas e terceiras, o importante é que a cidade entre em quarentena de verdade, sem supermercados, sem escritórios de todo tipo, sem postos de gasolina, sem rede bancária, sem serviços públicos e sem bate perna na rua, principalmente.

Zenaide Gomes

Zenaide Gomes

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