Gazeta Itaúna

Será mesmo?

Será mesmo?

Está dando medo se expressar hoje em dia. E dá medo do que pretendo escrever agora. Medo das interpretações erradas que o texto pode ter. Mas a gente precisa saber quando levantar uma bandeira, analisar se é justificável e não sair dando bandeiradas na cara dos outros.
O vereador Lacimar vem provocando muita confusão nos últimos anos, sendo acusado disto e daquilo outro e absolvido também. Agora este escândalo de um suposto assédio sexual. Não defendo assédios, sejam quais forem, mas em conversa com uma pessoa que está dentro do Legislativo há muito tempo eu soube que o Três é um brincalhão, um meninão. Gosta de dar tapas na bunda dos colegas homens, tapinhas no ombros; ele é de um tempo que não era este mimimi todo, quando era possível se expressar sem tudo ser por maldade. Com as mulheres, disse que é mais contido, mas agora isto. E ainda sem defender o assédio, parece que a moça “vítima” não teria se importado tanto, que tudo foi visto como brincadeira, mas um assessor radical, considerado chato por muitos, teria testemunhado o fato e deu ao caso um olhar maldoso e aí tudo teve início. E o Lacimar virou um criminoso.
A vereadora Edênia também não precisava gritar na reunião da Câmara, não era preciso. Existem outras maneiras de se fazer ouvir e gritando não é uma delas. Que a “vítima” não se deixe influenciar e que este jogo que está se tornando perigoso seja percebido. Assédio sexual é crime, mas é crime também outros assédios, acusações falsas, humilhações a funcionários. Chega de hipocrisia, sabe?

Guerra de novo
O povo sofre demais, mais do que suporta, mais do que é suportável. Uma guerra, em pelo século 21 por causa de interesses que eu nem me arrisco a dizer quais são porque simplesmente não sei. A Rússia quer lembrar, mostrar que é poderosa??? Que é o maior país do mundo? Tá bom, a gente sabe, mas não nos arraste para esta covardia mundial onde quem não morrer vai ficar desabrigado, vai morrer de fome, vai chorar os entes queridos. Europa, Rússia e Estados Unidos com seus chefes de estado sentados em enormes mesas, discutindo quantos soldados enviar para a morte por causa da vaidade deles de poder.
Já tivemos muitas guerras, já sofremos todos muito, já passamos por misérias indizíveis, e agora não, não, de novo não.
Estamos em pandemia, já temos nossa guerra diária contra um inimigo invisível que nos mata todos os dias, seja pela doença, seja pela ignorância , seja pela pobreza de países, como os africanos que ainda não vacinaram 1% de suas populações. Já estamos perdendo pessoas que amamos, estamos sofrendo em hospitais e ainda precisamos conviver com a certeza de que muitas famílias cujos filhos, maridos, irmãos e pais estão à frente destes conflitos e que vão morrer? Ou vão ficar com marcas físicas e principalmente psicológicas para sempre? E os chefes de Estado? Será que depois de decidir o número de homens, de pessoas, pais, filhos, irmãos que vão enviar para o centro de uma guerra terminam dando tapinhas nas costas uns dos outros, apertando as mãos? Será que quando chegam em casa olham com naturalidade para sua família, ali, segura, feliz, bem abrigada? Como será mandar soldados para a guerra? Como será que é conviver com este poder de mandar matar e mandar morrer por uma coisa que na maioria das vezes só importa a ele mesmo? Como será fazer amor com a esposa, acariciar o rosto da filha, os cabelos dos netos depois de “apertar o botão”? Como é encarar outros pais, outros filhos, outros irmãos, outras esposas? Como é ver as cenas da guerra na TV que é o mais próximo que chegam delas, porque eles nunca vão para o olho do furacão, com explosões , gente caída morta ou ferida? Casas destruídas, pessoas chorando de dor.
Não devem ser humanos se conseguem conviver com esta responsabilidade de poder de desfazer da vida humana sem ao menos uma ruga na testa.
Espero que quando este meu sentimento nesta coluna chegar aos olhos de alguém neste sábado, a guerra já tenha cessado, a razão, a piedade, a tolerância e o respeito pela vida tenham restabelecido a ordem.

Zenaide Gomes

Zenaide Gomes

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