Multinacional ArcelorMittal dá férias coletivas e paralisa fábricas no Brasil

Multinacional ArcelorMittal dá férias coletivas e paralisa fábricas no Brasil

Foto: divulgação

Maior produtora de aço no país reclama de baixa demanda interna, mas não abre mão de seus preços de monopólio e dos lucros astronômicos

A multinacional ArcelorMittal anunciou que vai dar férias coletivas para os seus cerca de 400 funcionários da usina de Resende, no Rio de Janeiro, suspendendo as operações, além das unidades de Juiz de Fora (MG) e Piracicaba até dezembro, com a execução de paradas técnicas

A empresa não descarta demissões, segundo o presidente da ArcellorMital no Brasil, Jefferson De Paula, em entrevista ao Valor Econômico na sexta-feira (18).

Sem querer reduzir seus preços monopolizados, a multinacional coloca a culpa no aumento das importações de produtos siderúrgicos, particularmente da China, que chegam no Brasil.

Com lucros astronômicos no Brasil, a empresa, defensora de fancaria do livre comércio, pressiona o governo brasileiro para que taxe as importações de aço da China. A ArcelorMittal, com sede em Luxemburgo, é a maior produtora de aço no Brasil e no mundo, e é presidida pelo bilionário indiano Lakshmi Niwas Mittal.

“A medida é parte dos esforços da empresa para adequar a sua produção frente ao cenário de baixa demanda por aço no mercado doméstico e de aumento recorde das importações”, disse a ArcelorMitta. Ou seja, ao invés de reduzir os preços diante da baixa demanda, ela resolve chantagear o governo e os trabalhadores.

Mesmo com a queda na demanda interna, consequência dos juros proibitivos do Banco Central, a multinacional não deixou de obter lucros astronômicos. Em 2021, a ArcelorMittal obteve um lucro de 12,8 bilhões (um aumento de 940% em relação a 2020), sendo a melhor performance em sua história no Brasil. Em 2022, a unidade brasileira da ArcelorMittal lucrou mais R$ 9,1 bilhões.

A demanda por preços mais baixos do aço elevou as importações deste metal. O aço mais barato chega principalmente da China, mas também de outros países asiáticos, da Rússia e Turquia. As importações devem crescer mais de 50% este ano, estima o setor.

A ArcelorMittal quer que o governo brasileiro adote, em caráter emergencial, uma alíquota de importação de 25% sobre o aço importado.

Essa empreitada da multinacional não tem o objetivo de proteger a economia brasileira e as indústrias nacionais, mas sim para manter a sua prevalência no mercado de aço no brasileiro e a manutenção de seus preços de monopólio.

Publicado por Hora do Povo

Redação

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