Butantan deve quebrar acordos com prefeituras, e BH perde ‘plano B’ da vacina

Butantan deve quebrar acordos com prefeituras, e BH perde ‘plano B’ da vacina

Com a exclusividade firmada em contrato com o Ministério da Saúde, o Instituto Butantan, que produz em parceria com a chinesa SinoVac a vacina CoronaVac, contra a Covid-19, deve quebrar acordos feitos com as mais de 180 prefeituras que tentaram comprar doses para imunizar sua população. Em Belo Horizonte, a história se repete. 

Apesar de o prefeito Alexandre Kalil (PSD) ter formalizado no último 15 de dezembro acordo com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para compra de doses focadas na vacinação de profissionais de saúde, como “plano B” para a campanha na capital, o contrato deve ser desfeito. Isso vai ocorrer logo quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial das doses, o que está prevista para este domingo (17). 

Na segunda-feira (18), o governo federal confirmará a exclusividade de compra, e o imunizante será distribuído somente pelo Plano Nacional de Imunização (PNI). 

“O Instituto Butantan esclarece que todos os contratos firmados com o Ministério da Saúde possuem cláusula de exclusividade. Não há nenhuma novidade em relação a essa questão. A partir do momento em que o Butantan fornece as doses ao órgão federal, cabe ao Programa Nacional de Imunizações distribuí-las aos estados, conforme os quantitativos solicitados pelas Secretarias de Saúde, inclusive a de São Paulo”, informa a instituição em nota à reportagem.

O Butantan afirma, contudo, que o contrato de exclusividade é válido apenas para o Brasil, e, com isso, negociações para “fornecimento da vacina a outros países” não serão impactadas. “As 46 milhões de doses que serão fornecidas ao Ministério da Saúde incluem as 10,8 milhões que foram adquiridas da biofarmacêutica SinoVac e já estão em solo brasileiro”, conclui o breve texto. 

“Espero que seja um plano B. Espero que todo o Brasil tenha o direito de imunizar seus profissionais de saúde. Estou cumprindo minha obrigação de proteger a população de Belo Horizonte”, disse Kalil à época do acordo com o governo de São Paulo. 

Mesmo assim, o Executivo havia pontuado que “se mantém na expectativa” de que o PNI, do Ministério da Saúde, consiga atender “toda a população o mais rápido possível”. “Ou seja, a estimativa é que a imunização na capital siga o cronograma nacional”, afirmou nota. 

O início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, que, conforme declarado exaustivamente pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, começará “no mesmo momento” em todas as cidades e Estados. A data especulada é para o próximo 20 de janeiro.

Publicada originalmente pelo jornal O Tempo: https://www.otempo.com.br/cidades/butantan-deve-quebrar-acordos-com-prefeituras-e-bh-perde-plano-b-da-vacina-1.2435286

Redação

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